Disfunções miccionais

Pacientes com anormalidades nas funções da bexiga podem apresentar sintomas urinários e miccionais. A falha no armazenamento de urina pela bexiga ou a dificuldade de esvaziamento vesical pode provocar problemas urinários, trazendo uma queda importante na qualidade de vida de homens e mulheres. 

Os problemas mais comuns são a Hipocontratilidade vesical, obstrução infra-vesical, bexiga hiperativa e a incontinência urinária de urgência. A incapacidade de funcionamento eficaz do esfíncter urinário pode causar incontinência urinária de estresse.

O quadro de obstrução infra-vesical geralmente ocorre em homens e sua principal causa é o aumento do tamanho da próstata, uma glândula localizada próximo a bexiga. O quadro chamado de Hiperplasia prostática benigna é comum nos homens com o avançar da idade. Aos 40 anos, cerca de 15% dos homens apresentam algum grau de crescimento prostático, taxa que aumenta para 85% aos 80 anos. 

O paciente pode apresentar sintomas como diminuição do jato urinário, aumento da frequência urinária diurna e noturna, sensação de que não esvaziou a bexiga após urinar e gotejamento excessivo ao terminar de urinar, bem como dor ou desconforto no abdome inferior. 

O tratamento pode ser realizado com medicamentos orais ou cirurgia em casos selecionados. As modalidades cirúrgicas disponíveis são muitas, mas as mais relevantes são a Ressecção transuretral da próstata, a prostatectomia transvesical e a ablação com o Green Light Laser.

A hipocontratilidade vesical (ou hipoatividade detrusora) acontece quando a capacidade de contrair a bexiga é perdida parcial ou totalmente. Acomete cerca de 9% a 28% dos homens com menos de 50 anos e 48% daqueles com mais de 70 anos. Cursa com quadro clínico semelhante ao da obstrução, com redução da força do jato urinário, dor na bexiga, sensação de bexiga cheia constante, dificuldade em iniciar a micção e desconforto.

Disfunções miccionais

A causa da perda de função vesical ainda não é completamente estabelecida, nem como acontece os mecanismos fisiopatológicos desta doença. O diagnóstico é feito através do exame urodinâmico que demonstra contração do músculo da bexiga (detrusor) com baixa pressão, pouca sustentação associado com baixo fluxo urinário. 

O tratamento é individualizado e o urologista avalia diversos fatores para escolha da melhor opção, como presença de resíduo pós-miccional, infecção urinária de repetição ou retenção urinária crônica. 


A síndrome da bexiga hiperativa é um complexo de sintomas que inclui urgência urinária, frequência, incontinência de urgência e noctúria. É altamente prevalente, afetando até 12% da população adulta e pode afetar significativamente a qualidade de vida.

O diagnóstico é feito pela história, exame físico e exame de urina para descartar infecção ou outra doença urológica. O tratamento inicial inclui modificação comportamental, com atenção à ingestão diária total de líquidos, prevenção de irritantes da bexiga, tratamento da constipação, perda de peso, micção cronometrada, técnicas de supressão de urgência e fisioterapia no assoalho pélvico. 

As opções para medicamentos orais incluem agentes antimuscarínicos e beta-adrenérgicos, e podem ser usadas após ou em conjunto com o tratamento comportamental. Para pacientes, deve-se considerar terapias mais avançadas, como neuromodulação sacral, estimulação percutânea do nervo tibial e injeção intra detrusora de toxina botulínica.

A incontinência urinária de esforço ocorre duas vezes mais em mulheres do que em homens e é mais comum à medida que as mulheres envelhecem. Se não tratada, a incontinência urinária pode interferir nas atividades diárias e levar à diminuição da qualidade de vida. 

Ocorre quando os músculos ao redor da uretra não se apertam fortemente e a urina vaza pela uretra acidentalmente. Isso geralmente ocorre durante atividades que aumentam a pressão dentro do abdômen, como rir, espirrar ou se exercitar. As atividades vaginais do parto bem como a gestação em si podem ter um efeito de piorar a função dos músculos do assoalho pélvico e levar à incontinência de estresse. 

O tratamento se baseia na fisioterapia pélvica, com exercícios musculares do assoalho pélvico envolvendo contrações repetidas dos músculos para fortalecê-los e ajudar a controlar a micção. Casos em que não se atinge a melhora com fisioterapia, pode ser realizada cirurgia ou outros procedimentos como a colocação de uma tela também chamada de sling, que é colocada sob a uretra em uma cirurgia de curta duração para tratar a incontinência de estresse.