A Andrologia é a especialidade médica que cuida da saúde dos homens como um todo, com um enfoque especial nas funções reprodutoras e sexuais. A fim de manter plena saúde e satisfação sexual, é necessário o correto diagnóstico e tratamento de condições clínicas que ocasionam aos homens dificuldade para ter e manter a ereção, distúrbios na ejaculação, problemas com fertilidade e queda de libido ou patologias relacionadas ao distúrbio hormonal masculino.
Apesar de comumente ser chamada de Andropausa ou Hipogonadismo Masculino Tardio, o nome correto para o declínio dos hormônios masculinos que ocorre durante o envelhecimento é Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DAEM). Ocorre a diminuição da produção de testosterona, em geral, em torno de 12% a cada década de vida.
Estudos apontam que cerca de 20% dos homens após os 40 anos terão a queda dos níveis de testosterona. Os sintomas presentes em homens com queda hormonal são variados, sendo que cada paciente pode apresentar um ou mais sintomas dos seguintes: diminuição da força e massa muscular, diminuição da resistência física, aumento da fadiga e cansaço, aumento de gordura visceral, comprometimento da memória e função cognitiva, depressão, irritabilidade, diminuição da libido, disfunção erétil, problemas em iniciar ou manter o sono entre outras.
O diagnóstico dessa doença deve ser a presença do quadro clínico correspondente associado com a redução laboratorial da testosterona. A prevenção e o tratamento devem ser individualizados para cada paciente, mas em geral deve-se ajustar outras comorbidades como síndrome metabólica, obesidade, tabagismo, hipertensão, diabetes, colesterol aumentado, sedentarismo, depressão e abusos de álcool ou outras substâncias.
A reposição com terapia exógena também faz parte do tratamento, através da administração de hormônios via injetável ou aplicados na pele do paciente.
A disfunção sexual é um conjunto de problemas que atrapalham a satisfação sexual de um parceiro ou do casal durante o ato sexual, podendo estar presente em qualquer estágio da relação, incluindo desejo, excitação ou orgasmo.
A disfunção erétil ou impotência sexual é referida por homens de todas as idades, porém a incidência é maior a partir dos 50 anos. Existem basicamente 4 causas principais para a incapacidade de manter ereção satisfatória durante o ato sexual: alterações vasculares que impedem o correto mecanismo de regulação do fluxo peniano, alterações hormonais com redução da testosterona, distúrbios psicológicos como ansiedade, estresse e depressão ou uso concomitante de medicamentos que causam alteração na ereção.
O diagnóstico correto da causa é de extrema importância para se atingir um tratamento eficaz. A psicoterapia pode trazer resultados muito positivos a grande parte dos pacientes que sofrem de disfunção erétil. Já a terapêutica medicamentosa é restrita a um determinado grupo de pacientes com a indicação precisa. Inclui o uso de agentes orais como os inibidores da fosfodiesterase-5 ou de injeção intra-cavernosa (injeção peniana). A última linha de tratamento se dá com cirurgias para implante de próteses penianas, que podem ser semirrígidas ou infláveis.
A ejaculação precoce é definida pela Sociedade Internacional de Medicina Sexual como ejaculação que sempre ou quase sempre ocorre antes ou dentro de cerca de um minuto após a penetração vaginal desde a primeira experiência sexual (ao longo da vida) ou uma redução clinicamente significativa no tempo de latência, geralmente para cerca de 3 minutos ou menos (adquirida). Também faz parte da definição a incapacidade de retardar a ejaculação em todas ou quase todas as penetrações vaginais e com consequências pessoais negativas, como angústia, incômodo, frustração e/ou necessidade de evitar a intimidade sexual.
É extremamente comum, acometendo cerca de 35% dos homens. É frequentemente negligenciada, apresentando uma necessidade terapêutica atualmente não atendida. A classificação da ejaculação precoce tem sido historicamente variada e, às vezes, ambígua, contribuindo para estimativas imprecisas de prevalência.
O urologista deve realizar um histórico médico completo, bem como histórico psicológico e exame físico para fornecer um contexto ao redor da ejaculação precoce e considerar possíveis causas adquiridas subjacentes.
As condições psicológicas como ansiedade ou depressão devem ser estudadas pois são fatores essenciais no tratamento da ejaculação precoce. As causas subjacentes comuns incluem disfunção erétil simultânea, ansiedade no desempenho sexual e problemas de relacionamento interpessoal.
O tratamento ideal deve ser individualizado, com base no relacionamento médico-paciente sólido, terapia comportamental psicológica e psicossocial além do uso de medicamentos como os inibidores da recaptação de serotonina.