As pedras nos rins afetam entre 10% e 15% da população. Mesmo após o tratamento, o risco de recorrência é alto, atingindo até 50% dentro de 5 anos. A prevalência dobrou nos últimos 15 anos, embora esteja crescendo ainda mais rapidamente em grupos historicamente de menor risco, como mulheres, crianças e negros. O pico de incidência ocorre entre 20 e 50 anos, com razão homem / mulher de 3:1.
Pacientes com cálculos renais devem ser avaliados para a necessidade de tratamento cirúrgico. Alguns fatores são considerados pelo médico urologista para a definição da necessidade ou não de cirurgia, bem como qual modalidade cirúrgica vai ser implementada.
Geralmente, as pedras que estão no rim podem não causar quadro clínico exuberante, porém quando a pedra se desloca do rim e migra para o ureter, pode acontecer um quadro agudo muito dolorido.
Paciente em crises de cólica nefrética, com dor lombar de forte intensidade, náuseas e vômitos, provavelmente possuem quadro de cálculo no ureter e podem apresentar dor refratária, sinais de infecção e perda de função dos rins. Nestes casos, a cirurgia pode ser indicada em regime de urgência.
A principal cirurgia realizada é a ureterolitotripsia. Através de um aparelho endoscópico minimamente invasivo, se consegue realizar a cirurgia através do canal da uretra, não necessitando cortes na pele. Utiliza-se um aparelho a laser para fragmentar a pedra e assim remover os fragmentos com segurança.
Em geral, após a cirurgia é realizada a passagem de um cateter chamado Duplo J, a fim de evitar complicações relacionados ao procedimento. Após alguns dias, o cateter pode ser retirado de forma indolor. A recuperação após o procedimento é rápida, e na dependência do quadro clínico e da cirurgia o paciente pode ir de alta no mesmo dia. Não é necessário o uso de sonda e a dor é mínima, já que é um procedimento minimamente invasivo, sem cortes.
Nos casos em que a pedra está no rim e não no ureter, a depender do tamanho e localização, o urologista pode escolher entre as 3 principais opções de tratamento: Litotripsia extracorpórea, ureterorrenolitotripsia flexível com laser ou Nefrolitotripsia percutânea.
A litotripsia extracorpórea (LECO ou LICO) está a cada dia menos utilizada, já que grande parte dos casos não possuem características para que essa modalidade de tratamento seja considerada ideal. Por exemplo, existem alguns fatores que diminuem a eficácia da LECO a saber: cálculos em pessoas obesas, de grande tamanho, com densidade elevada ou posicionados em cálice inferior do rim.
Para os pacientes que não possuem essas características, a litotripsia extracorpórea pode ser uma opção segura, em que ondas de choque são geradas nas costas do paciente com direção à pedra. Com isso, existe a possibilidade de fragmentação e posterior eliminação dos fragmentos na urina do paciente. Apesar de não ser uma cirurgia invasiva, é necessária sedação do paciente durante o procedimento.
A Ureterorrenolitotripsia flexível é uma cirurgia minimamente invasiva que através de um aparelho endoscópico flexível, se consegue acessar o rim através do canal da uretra, sendo uma cirurgia sem cortes. Possui uma eficácia maior que a litotripsia extracorpórea, já que diretamente fragmenta a pedra com uso de laser e retiram-se todos os fragmentos. É a modalidade ideal de tratamento de diversos tipos de cálculos renais.
A Nefrolitotripsia percutânea é uma cirurgia também minimamente invasiva em que se realiza um corte de aproximadamente 2 cm na região lombar e consegue-se acessar o rim através dessa incisão com aparelho endoscópico para fragmentação da pedra. É uma cirurgia indicada para cálculos de grandes dimensões ou múltiplos, com alguns riscos associados como sangramento e lesão renal. Apesar de ser menos utilizado, é considerada o melhor método de tratamento de cálculos coraliformes ou cálculos difíceis de grandes dimensões.