Prostatectomia radical

Pacientes com câncer de próstata que se enquadrem nas indicações de cirurgia devem ser submetidos ao procedimento chamado de Prostatectomia radical. Nesta cirurgia, é realizada a retirada de toda a próstata juntamente com alguns tecidos ao seu redor, incluindo as vesículas seminais.

As primeiras cirurgias para câncer de próstata foram realizadas há mais de um século, inicialmente por via perineal e, posteriormente, por via abdominal retropúbica, que agora é a técnica cirúrgica aberta mais comumente usada para o tratamento de câncer de próstata.

A prostatectomia radical perineal é utilizada com menos frequência nos dias atuais por conta da menor chance de recuperação da função erétil no pós-operatório. Nesta abordagem, o urologista realizar um corte entre a região do ânus e do períneo. Outra desvantagem da técnica é a impossibilidade de retirar os linfonodos pélvicos para estudo.

A prostatectomia radical retropúbica é a mais utilizada atualmente, já que é possível em alguns casos a preservação dos nervos com maiores chances manter a função erétil preservada. É realizado um corte entre o umbigo e o osso púbico. Em casos de suspeita de envolvimento dos linfonodos pélvicos, o urologista realiza a linfadenectomía pélvica.

Mais recentemente, as técnicas vídeo-laparoscópicas estão em ascensão e cada vez mais utilizadas no tratamento da neoplasia de próstata. São realizadas pequenas incisões abdominais por onde se consegue a manipulação cirúrgica através de pinças laparoscópicas. Apesar de ser uma técnica mais difícil, a laparoscopia possui algumas vantagens como menor perda sanguínea, menor tempo de recuperação e menor tempo de internação que as técnicas abertas citadas anteriormente.

Prostatectomia radical

A prostatectomia laparoscópica assistida por robôs ou robótica é uma novidade em que se pode alcançar os mesmos benefícios da técnica laparoscópica, porém com uma melhor perfeição dos movimentos, mais precisão e mais facilidade em realização da cirurgia. 

Prostatectomia radical

Alguns estudos concluem que é uma técnica menos dolorosa, com menos perda sanguínea e sangramento, menor tempo de internação e recuperação mais rápida. A principal desvantagem é o custo.

Apesar de grande parte dos pacientes não cursar com complicações, a cirurgia para retirada da próstata possui duas possíveis principais complicações: a incontinência urinária e a disfunção erétil.

A incontinência urinária pode estar presente no pós-operatório devido à dificuldade em manter o mecanismo de continência muscular que envolve a uretra de forma microscópica e delicada, muito próximo ao ápice prostático. O tratamento da incontinência urinária no pós-operatório está pautado em sessões de fisioterapia pélvica para fortalecimento da musculatura. Casos em que se persiste a incontinência, se pode avaliar possível indicação de implante de esfíncter urinário artificial para controle.

A disfunção sexual pós-prostatectomia se deve a manipulação dos nervos que são localizados muito próximos a próstata e podem ser afetados durante a cirurgia. Geralmente, o restabelecimento da função erétil pode demorar em torno de 2 anos para ocorrer. Nestes casos, o paciente pode ter a prescrição de medicamentos para ajudar na ereção e manter satisfação sexual.  Em casos refratários, pode ser necessária o implante de próteses penianas como último recurso em casos de controle oncológico satisfatório.

Após a cirurgia para câncer de próstata, os pacientes devem utilizar uma sonda uretral pelo período aproximado de 2 semanas. Após esse tempo, é realizada a retirada da sonda e o paciente começa a retornar a suas funções rotineiras. O período de recuperação é de aproximadamente 30 dias, em que se deve se manter afastado de atividades físicas extenuantes.

Os pacientes também sem tornam inférteis após a cirurgia já que é realizado a interrupção do transporte de esperma dos testículos até a uretra. Com isso, apesar de os testículos continuarem a função espermática e produzirem esperma, o homem perde a capacidade de ejaculação após a prostatectomia radical. Porém como a grande maioria dos pacientes são mais velhos e já possuem prole constituída, raramente o desejo de ter filhos se torna um problema.