Existem basicamente dois tipos de incontinência urinária: a mais comum é a chamada incontinência de esforço, ocorrendo em quase 80% das mulheres com incontinência.
A incontinência urinária de esforço é a perda involuntária de urina ao esforço, espirros ou tosse. Mais prevalente em mulheres do que em homens, sendo que no geral, 30% das mulheres desenvolverão esse tipo de incontinência urinária dentro de 5 anos após o primeiro parto vaginal.
Essa doença está associada a custos sociais e financeiros significativos. Os custos sociais incluem constrangimento pessoal e redução das atividades diárias que podem causar perda de urina. As mulheres que sofrem dessa doença podem até mesmo apresentar depressão, particularmente em idosos, tamanho é o incômodo causado.
A incontinência de urgência, ou “bexiga hiperativa”, é o segundo tipo mais comum de incontinência urinária. É caracterizada pela perda inesperada de urina, sentindo repentinamente a necessidade de urinar, porém muitas vezes ocorrendo um escape de urina antes da mulher conseguir chegar ao banheiro.
Incontinência urinária mista é um termo que se aplica a uma combinação de sintomas dos dois tipos de incontinência urinária citados acima. Normalmente, mulheres com sintomas mistos têm incontinência mais grave e incômoda.
O tratamento da incontinência urinária de urgência, ou bexiga hiperativa, é vasto. São preconizadas mudanças no estilo de vida, na dieta, prática de exercícios físicos e perda de peso e fisioterapia do assoalho pélvico. Nas pacientes que não melhoram mesmo adotando todas as medidas citadas acima, é possível a tentativa com medicamentos via oral que tem por objetivo “acalmar” a bexiga. Paciente com quadros mais graves podem ser submetidas a cirurgia.
A cirurgia em questão é a injeção de toxina botulínica ou Botox dentro do músculo da bexiga, chamado detrusor. Com essa injeção, o músculo é paralisado e assim, a bexiga fica mais “calma”, melhorando a hiperatividade. Essa cirurgia é de simples execução, segura e de recuperação rápida, tendo alta no mesmo dia da cirurgia.
Pacientes com incontinência urinária de esforço também possuem tratamento multimodal. A fisioterapia pélvica é a primeira linha de tratamento, tendo excelentes resultados, sendo necessária a todas as pacientes que perdem urina ao realizar esforço, tossir ou espirrar. No caso de a paciente não melhorar após fisioterapia pélvica, é possível que seja indicada a cirurgia para correção da incontinência urinária.
A cirurgia mais conhecida para correção da incontinência urinária é a colocação de uma tela de Sling Transobturatório. Nesse procedimento, o médico especialista posiciona uma tela de polipropileno (Sling) via vaginal logo abaixo da uretra da paciente. É uma cirurgia rápida e também de fácil execução, porém que demanda experiência pelo cirurgião para que não ocorra lesões inadvertidas de outros órgãos como uretra ou bexiga.
Os resultados são excelentes, sendo que a grande maioria das pacientes possui taxas altíssimas de satisfação depois de operar, não tendo mais perda de urina ou pelo menos referindo melhora expressiva da incontinência urinária.
A recuperação é rápida e geralmente indolor. A alta hospitalar pode ocorrer no mesmo dia do procedimento ou no dia seguinte. A paciente é orientada a repouso no pós-operatório evitando agachamento e exercícios físicos por pelo menos 2 semanas.