A hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma das causas mais comuns de sintomas do trato urinário inferior em homens idosos. A prevalência de HPB aumenta de aproximadamente 50% aos 60 anos para 90% em homens com mais de 85 anos.
As etiologias da HPB ainda não estão bem definidas. Até o momento, foram estudadas condições multifatoriais e crônicas, incluindo síndrome metabólica, genética, inflamação e estilo de vida para prevenir a progressão da HPB. Os sintomas da HPB são uma das condições mais comumente tratadas pelos urologistas.
O tratamento médico da HPB envolve o uso de medicamentos orais, porém quando a terapia oral falha, muitas vezes é necessária intervenção cirúrgica. Atualmente o urologista dispõe de várias técnicas de procedimentos e instrumentos transuretrais para o tratamento cirúrgico da hiperplasia prostática benigna e pode escolher a mais adequada a depender de cada caso.
O primeiro aparelho ressectoscópio e a primeira cirurgia para ressecção transuretral da próstata (RTU) datam de 1926. O aparelho permitiu cortar o tecido da próstata com um laço de tungstênio sob visão direta. Desde então, o procedimento evoluiu e continua sendo a técnica preferida para o tratamento da HPB devido à sua excelente e bem documentada eficácia a longo prazo.
A ressecção transuretral monopolar da próstata é realizada passando a corrente de alta frequência de um gerador através de um eletrodo ativo, permitindo a eletro ressecção da próstata. É a modalidade preferida para pacientes que possuem próstatas entre 30 e 80 gramas. Próstatas maiores podem exigir um maior tempo de cirurgia e consequente aumento de complicações. Nesses pacientes com próstatas maiores, outras opções como a Ressecção transuretral bipolar ou a prostatectomia transvesical são preferíveis.
O desenvolvimento de uma nova tecnologia de energia bipolar produziu uma melhoria considerável no perfil de segurança da ressecção da próstata. O uso de solução salina iso-osmolar na RTU bipolar eliminou completamente a incidência de uma complicação chamada síndrome da RTU. A ressecção bipolar concentra energia apenas no local da interação tecido-eletrodo.
A principal complicação da Ressecção transuretral da próstata é a redução do volume ejaculado devido a ejaculação retrógrada, ou seja, o ejaculado do homem não sai pelo pênis e sim toma uma direção diferente, retornando a bexiga urinária. Ao urinar após a relação sexual, o homem externaliza o ejaculado misturado com a urina.
Outras complicações incluem a Síndrome pós-RTU, sangramento, infecção do trato urinário, recidiva da hiperplasia próstata, reoperação, estenose de uretra entre outras. É oportuno a discussão com o médico urologista sobre todas as possíveis complicações a fim de se entender o risco real do procedimento, assim como os seus possíveis benefícios.
A satisfação dos pacientes após a cirurgia é evidente, e a prevalência dos sintomas do trato urinário melhoram substancialmente. Cerca de 75% dos pacientes referem melhora expressiva dos sintomas com 3 meses após cirurgia.
Outras opções de tratamento cirúrgico da HPB também podem ser discutidas com o paciente a depender de cada caso, estando disponíveis a Vaporização prostática com Green Light Laser, Lift de uretra prostática, prostatectomia transvesical, enucleação de adenoma prostático com HoLEP com Laser entre outras.