Litíase urinária

Um dos problemas urológicos mais comuns observados na prática clínica são as pedras no rim (calculose ou litíase renal). Homens são 3 vezes mais acometidos que as mulheres por esta doença. A principal faixa etária acometida são adultos jovens, mas também pode atingir crianças e idosos. A recorrência é alta, principalmente para os casos não tratados ou tratados inadequadamente: 30-50% de risco de retorno em 10 anos.

Diversas são as causas para o desenvolvimento do cálculo urinário e o tratamento adequado se baseia em vários fatores que podem ser levados em consideração pelo urologista para tomada de decisão.

Os principais fatores de risco para desenvolvimento de pedras nos rins são dieta inadequada (baixa ingesta hídrica e de alimentos cítricos como suco de laranja e limão e alta ingesta de proteínas e sódio), história familiar ou pessoal de nefrolitíase, hipertensão arterial, diabetes, obesidade, infecção urinária de repetição e uso de alguns medicamentos.

A maioria dos pacientes pode reduzir o risco de recorrência de cálculos renais com a adesão a mudanças na dieta específicas. Pacientes com pedras nos rins se beneficiam de uma análise metabólica completa para se descobrir fatores e causas envolvidos na formação do cálculo renal.

Litíase urinária


Nem todos os pacientes necessitam de tratamento cirúrgico, podendo ser acompanhados pelo urologista a fim de impedir o desenvolvimento do processo formador de cálculos. O tratamento vai depender do tamanho da pedra, localização, sintomas, alterações da anatomia renal e dos exames de função dos rins. 

Em alguns casos, os pacientes necessitam de medicamentos específicos que otimizam a urina para evitar a formação futura de cálculos. Isso ajuda a diminuir a morbidade, a incidência e o custo de repetidos tratamentos cirúrgicos.


Já os pacientes que necessitam de cirurgia podem ser submetidos a procedimentos minimamente invasivos. Atualmente, poucas são as situações em que o urologista necessita realizar cirurgias abertas (com corte) para tratamento de litíase renal. Os procedimentos mais realizados são a ureterolitotripsia rígida ou flexível e a Nefrolitotripsia percutânea, que possuem auxílio de materiais endourológicos (endoscópicos) e litotripsia (quebra da pedra) a laser ou pneumática. Em geral, a recuperação cirúrgica é rápida e o retorno a suas atividades de rotina pode ser breve a depender do paciente.

A migração de uma pedra que estava no rim e se deslocou para o ureter causa uma crise abrupta e aguda de dor lombar, que pode irradiar para região genital e ser acompanhada de náuseas e vômitos. Pacientes com esse quadro clínico necessitam atendimento médico de urgência para avaliar o diagnóstico de litíase ureteral, bem como possíveis complicações desse quadro que pode exigir tratamento cirúrgico de urgência e internação hospitalar, já que a associação de obstrução do sistema urinário com infecção pode ser uma condição gravíssima com risco de óbito. 

A depender da característica da pedra e do quadro clínico, também se pode optar pelo tratamento domiciliar com medicamentos que aumentar a taxa de expulsão do cálculo ureteral. Os cálculos do trato urinário menores de quatro milímetros (mm) no maior diâmetro têm grande probabilidade de serem eliminados espontaneamente e podem na maioria dos casos, aguardar que isso ocorra naturalmente.