Uro-oncologia

O câncer é uma das principais causas de mortalidade e morbidade em todo o mundo e deve se tornar a principal causa de morte nos países desenvolvidos nos próximos anos. 

Os tecidos e órgãos do sistema urinário e genital feminino e masculino também podem ser acometidos por neoplasias. O câncer de próstata, da bexiga e do rim estão entre os tumores malignos mais frequentes que afetam o organismo humano. Essas localizações correspondem a mais da metade dos casos de câncer no homem.

Alguns desses tumores são silenciosos, portanto a consulta de rotina com o urologista tem por objetivo a detecção de forma precoce dessas neoplasias, colaborando para um tratamento mais rápido e eficaz, o que resulta em taxas de cura superiores a 90% se diagnosticados precocemente. 

A prática médica exige que o profissional esteja habilitado em reconhecer sinais e sintomas físicos que requerem avaliação adicional e que podem ser marcadores de malignidade urológica. A identificação precoce dos principais sinais e sintomas, juntamente com uma compreensão completa do que há de novo na Urologia pode levar a avaliações médicas eficientes para a detecção de neoplasias urológicas em estágio inicial com maior chance de cura.

O câncer de próstata é o tumor maligno mais frequente do sexo masculino, representando a segunda causa de mortalidade no homem. Apesar do desenvolvimento de várias técnicas mais avançadas de diagnóstico e tratamento, aproximadamente 25% dos casos de câncer de próstata levam a morte do paciente.

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Vários exames podem ser realizados nas consultas de rotina para investigação da próstata, sendo que os principais são o toque retal, o exame de sangue chamado de antígeno prostático específico (PSA), a ressonância multiparamétrica de próstata e a biópsia prostática.

Homens com histórico de neoplasias de próstata em familiares de 1º grau e homens afrodescendentes possuem risco aumentado para desenvolvimento de câncer de próstata. Para esses homens, é recomendado a consulta de rotina anual a partir dos 45 anos de idade. Para os que não fazem parte desse grupo de risco aumentado, a Sociedade Brasileira de Urologia recomenda o início do rastreamento a partir dos 50 anos. 

O câncer de bexiga é a 2ª neoplasia mais frequente no trato urogenital. Os pacientes podem ser assintomáticos, porém muitas vezes referem urina avermelhada ou sangue na urina como o principal sinal. Outro sintoma importante é a disúria, que é uma sensação incômoda ou ardência ao urinar. Algumas profissões têm risco aumentado para desenvolvimento de tumores na bexiga: trabalhadores da indústria química, minas e operadores de máquinas, que se expõe a metais, tintas, couro, tecido e cimento. Outro importante fator de risco é o tabagismo. A exposição ao cigarro é responsável por cerca de metade dos tumores vesicais.

O câncer de rim também representa cerca de 3% das neoplasias malignas urogenitais. Cerca de 90% desse tumor é representado pelo tumor de células renais. O rim também pode ser alvo de metástases de outros órgãos como mama, pele, bexiga e ureter. Alguns fatores de risco importante são a idade avançada, tabagismo, obesidade, hipertensão, síndrome metabólica, histórico familiar, tratamentos para insuficiência renal assim como algumas doenças genéticas como Síndrome de von Hippel-Lindau e carcinoma papilar hereditário. 

O câncer de testículo representa 5% das neoplasias em homens. Possui altos índices de cura se detectado precocemente com baixo índice de mortalidade. A maior incidência deste tumor é na faixa etária que vai dos 15 aos 50 anos de idade. Alguns fatores de risco para a neoplasia de testículo é o histórico familiar, lesões e traumas na bolsa escrotal e a criptorquidia (não migração de um ou dos dois testículos para a bolsa testicular durante o desenvolvimento do homem). O desconforto testicular ou o aparecimento de nódulos endurecidos no testículo deve motivar a consulta com especialista para avaliação.

O câncer de pênis é uma neoplasia urológica rara em países desenvolvidos, afetando em média 1:100000 homens porém com alta prevalência e incidência em regiões subdesenvolvidas, a se destacar o Nordeste brasileiro. Os fatores de risco são a higiene precária, infecção pelo HPV subtipos 16 e 18, balanite xerótica obliterante, não-circuncisão, doenças sexualmente transmissíveis e tabagismo.